Vendas de novas cotas de consórcio crescem 1,6%
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
Em 2012 foram vendidas 2,53 milhões de novas cotas de consórcio, volume recorde desde 2002, porém, que representou alta de apenas 1,6% na comparação com o ano anterior. A projeção inicial era de crescimento entre 7% e 9% no montante comercializado. "No início do ano passado, quando divulgamos a expectativa, justificamos a possibilidade de reflexos da situação econômica internacional no mercado interno", diz Paulo Roberto Rossi, presidente da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio).
Segundo Rossi, apesar do aumento nas adesões ter sido menor que o projetado, foi notado crescimento no número de consumidores procurando pelos consórcios. De fato, o total de participantes ativos teve incremento de 11,4%, atingindo 5,18 milhões de pessoas, recorde histórico.
As contemplações também aumentaram, 12,8%, para 1,23 milhão - igualmente o melhor resultado.
Rossi explica que os bons números foram impulsionados principalmente pelo consórcio de veículos leves (carros, utilitários e caminhonetas), que tiveram alta de 9,3% nas vendas de novas cotas, para 881,5 mil. O total de participantes cresceu 22,2%, alcançando 1,87 milhão de pessoas. A modalidade possui 12,5% de participação nas vendas do mercado interno. O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido de maio a dezembro estimulou muita gente a fazer um consórcio. Além disso, ele pontua que o aumento nas restrições ao financiamento também contribui para a maior procura.
Tiveram resultado positivo em 2012, ainda, veículos pesados (como caminhões e ônibus), com elevação de 2,9% nas cotas, e motos, com alta de 1,5%. Os número só não foram melhores por conta de imóveis, que tiveram retração de 13,8%. "Os preços subiram muito e o consumidor entrou em compasso de espera."
Entidade quer expandir modalidade entre a classe C
Um dos objetivos da Abac é disseminar a modalidade entre os consumidores da classe C. Hoje, esse público representa 30% do total de participantes ativos. A maioria dos demandantes ainda integra as esferas A e B, que juntas somam 69% do total.
De acordo com o presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi, uma das estratégias é divulgar na mídia televisiva as vantagens do consórcio. "O desejo da classe C é comprar imóvel e carro. Mostramos que, com planejamento, sai mais barato que um financiamento. Porém, o interessado não pode precisar do bem imediatamente." A taxa administrativa para imóveis em 120 meses está em 0,14% ao mês. Para veículos e motos em 60 meses, de 0,2% a 0,3% ao mês.
Rossi explica que existe demanda reprimida nas regiões Norte e Nordeste para o consórcio de veículos, onde a modalidade representou 15% do total de vendas - acima da média nacional, de 12%. Quanto às motos, em que no País 45% são obtidas por consórcio; no Norte e no Nordeste esse percentual sobe a 69,4% e 57,1%, respectivamente. Em relação a caminhões, 24,2% foram adquiridos por meio de consórcio. As obras de infraestrutura para receber os eventos esportivos e o crescimento das vendas de commodities fizeram com que esses percentuais chegassem a 38% no Centro e 27% no Sul do Brasil.