A farra do financiamento
público imobiliário chega ao fim
Nos
últimos 15 dias a Caixa Econômica Federal, principal instrumento de
financiamento imobiliário no Brasil, modificou várias de suas regras internas,
aumentando a taxa de juros, os requisitos para contratação e, por fim, o valor
percentual de entrada dos financiados na participação da compra do imóvel,
chegando a exigir até 60% de entrada no valor do imóvel.
Esse é
apenas mais um caso de intervenção keynesiana do Governo PT que sofre um fim
abrupto em virtude da destruição econômica do país causada pelo próprio Governo
PT.
Ao longo
de todo o Governo PT, o programa “Minha Casa, Minha Vida” foi o principal
instrumento de política habitacional, com injeção maciça de recursos públicos e
privados na construção de moradias populares, além de financiamentos de imóveis
para a classe média e média/alta.
O PT nunca
soube explicar exatamente de onde saíam os recursos para financiar um programa
que consome mais recursos que 30
dos 39 ministérios brasileiros e cuja inadimplência é gigantesca, ainda que escondida pelo partido,
mas é fácil explicar.
Os
recursos do “Minha Casa, Minha Vida” provêm da poupança de todos os
brasileiros, extraídos de maneira forçada ou através de impostos, ou através da
expansão monetária, verdadeira criação de dinheiro do nada, desvalorizando os recursos
poupados que se encontram em posse da sociedade civil. Nunca podemos perder de
perspectiva o fato de que recursos não nascem em árvores, precisando ser
criados e depois usados. O Governo achou que sabia (como sempre) usar melhor os
recursos sociais do que a própria sociedade, e elegeu o setor imobiliário como
uma prioridade, exaurindo por completo a poupança nacional, superutilizando os
recursos para fins populistas.
Agora que
o país já não tem mais poupança interna e não possui nenhuma credibilidade para
se financiar com poupança externa (empréstimos internacionais nada mais
são que transferência de poupança estrangeira para o Brasil a custo de juros),
todos os programas populistas estão precisando ser encerrados com grande trauma
interno, como foi o caso do fim abrupto do “Minha Casa
Melhor” e a
mutilação do “Minha Casa, Minha Vida”.
Se o
Governo respeitasse o sistema de preços dos empréstimos, e juros nada mais são
do que a sinalização de quanto custa se financiar a partir da oferta de
dinheiro poupado e da demanda por recursos a serem consumidos em investimentos
ou consumo, é certo que o mercado imobiliário teria crescido de maneira segura
e constante nos últimos 12 anos, sem bolhas imobiliárias e explosão de preços
do setor, como se averiguou, e provavelmente mais pessoas teriam acesso a mais
imóveis no longo prazo.
A atuação
do Governo criou um verdadeiro ciclo de “boom and bust” no setor imobiliário,
tal como fez em diversos outros setores em que se intrometeu para destruir o
sistema de preços, notadamente no fornecimento de água e energia, onde o
barateamento forçado desses produtos nos anos anteriores resultou em escassez
extrema e disparada dos preços. Esse é um padrão típico de governos populistas
que usam do poder estatal para baixar preços de maneira insustentável para fins
eleitorais. Passada a eleição e garantida a mamata por 4 anos, os preços são
reajustados, para desgosto do ludibriados, pois não há recursos suficientes
para sustentar os subsídios.
A revisão
do “Minha Casa, Minha Vida” nada mais é do que o mesmo reajuste já feito nos
setores de água e energia. Só que o reajuste, invariavelmente, prejudica a todo
mundo, enquanto que os benefícios dos subsídios só favorecem parcelas da
população, notadamente os eleitores do partido no poder e os próprios
políticos.
Ou esse
padrão de governo perdulário e fraudulento acaba no Brasil ou esse padrão de governo perdulário e
fraudulento acaba com o Brasil.
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